1 de setembro de 2017

#Amazonia

Por que no Xingu?

O rio Xingu é um dos mais extensos e importantes afluentes do rio Amazonas. Estende-se por mais de 2.700 km, desde as nascentes no Mato Grosso, até a sua foz no rio Amazonas, no Pará. As terras drenadas por suas águas, suas cabeceiras, seus afluentes e subafluentes, formam a chamada Bacia Hidrográfica do rio Xingu. Ela engloba importantes biomas, do Cerrado até a floresta Amazônica. A presença marcante da floresta de transição entre esses dois biomas tem enorme diversidade biológica e ressalta a exuberância deste mosaico de paisagens.

Vista aérea do Rio Xingu. Foto: Pedro Martinelli/ISA

Essa região vem sofrendo uma grande pressão por conta do processo de ocupação e expansão da fronteira agrícola. É o chamado “arco do desmatamento”, onde ocorrem as mais elevadas taxas de desmatamento da Amazônia brasileira. Mas, em um contraste surpreendente com este cenário de monoculturas de soja e milho, a bacia do Xingu concentra uma enorme extensão de áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação ambiental). São cerca de 28,8 milhões de hectares, mais de 56% da área total da bacia. São 19 Terras Indígenas que abrigam 24 povos indígenas e 10 Unidades de Conservação, formando um imenso corredor verde bem na região central, ao longo do rio Xingu e dos seus principais afluentes. Apesar da forte pressão do processo de ocupação no entorno, se essas áreas forem bem protegidas, vão garantir a sobrevivência da biodiversidade e das culturas que vivem ali.

Indígena Kayapó. Foto: Conservação Internacional

A região das cabeceiras e nascentes do Xingu é a mais afetada pelo desmatamento e onde fica o Território Indígena do Xingu (TIX) com 2,8 milhões de hectares, florestas em excelente estado de conservação, mantidas pelos verdadeiros guardiões das nossas matas, os índios. Mas as comunidades indígenas têm sofrido com os impactos que vem de fora de suas terras. Os rios “grandes formadores” do Rio Xingu nascem fora dos limites do TIX e por isso é tão importante a restauração de florestas nessa área.

Municípios onde foram implantadas as áreas de restauração florestal em 2016. Mapa: ISA

Além de contribuir com o equilíbrio ambiental, o Amazonia Live ainda estimula a economia local. A iniciativa engaja famílias coletoras de sementes,  membros da Associação Rede de Sementes do Xingu. São gerados empregos diretos nas atividades de assistência, preparação de solo e plantio.

Indígena xavante indo coletar semente. Foto: Camila Grinsztejn

 

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